SP Indy 300 - Will Power vence e Vitor Meira sobe no podio, em fim de semana de altos e baixos

Amigos do Esquadrão Interativo, um final se semana e uma corrida que ao mesmo tempo foram emocionantes e conturbados, assim pode se definir com precisão o que vimos na prova que abriu a temporada da Fórmula Indy. A Indy desembarcou em SP pela primeira vez, com duas marcas, polêmica e velocidade.

Sábado Conturbado

Após vários acidentes, a organização da SP Indy 300, teve de cancelar o treino classificatório para lixar a pista, a parte de dentro do Anhembi da pista que é em concreto era muito lisa, nos EUA muitas pistas tem partes em concreto também, mas o concreto é mais aderente, e bem lixado, essas providências parecem não ter sido tomadas aqui no Brasil, e os ajustes tiveram de ser feitos as pressas, num vacilo da organização.

Desde pilotos mais consagrados como Scott Dixon, Tony Kanaan e Ryan Briscoe, até revelações como Bia Figueiredo, não se conseguia andar na pista no Sábado, e sobraram críticas.

No Domingo após um longo trabalho foi feito tudo o que era possível para que a pista melhorasse, e a pista ficou em condições para que fosse disputado o treino Oficial. Dário Franchitti que no Sábado havia criticado duramente a pista ficou com a Pole, seguido da surpresa Alex Tagliani. Já entre os Brasileiros o melhor classificado foi Tony Kanaan, que largou em 6º. O fim de semana infeliz de Hélio Castroneves já dava sinais, o piloto ficou apenas com o 9º tempo. Assim largaram os outros pilotos Brasileiros; Raphael Mattos (12º), Vitor Meira (16º), Mario Romancini (20º), Bia Figueiredo (22º) e Mario Morais (23º).

A Corrida

Logo na largada a maior decepção desse início de temporada na Fórmula Indy, Takuma Sato que passou pela Fórmula 1, provocou um acidente de grandes proporções na largada, que quase tirou da prova o Brasileiro Hélio Castroneves, e gerou grande confusão mais atrás.

Mário Moraes e Mário Andretti se chocaram e a prova acabou ficando um longo tempo em bandeira amarela.

Daí se podem fazer mais duas críticas a pista. É claro que numa pista de concreto recém-lixada vai existir uma poeira de concreto na largada, mas se a pista tivesse sido limpa adequadamente a nuvem poderia ter sido menos densa e talvez o acidente pudesse ter tido menores proporções. Outro problema da prova foi a demora na remoção dos carros, faltaram áreas de escape, e os veículos de resgate eram muito leves, dificultando o trabalho, além de o número de fiscais de prova ser nitidamente pequeno, o que atrasava os trabalhos sempre que havia uma bandeira amarela.

Após eternas 8 voltas de bandeira amarela, a pista foi finalmente liberada e a bandeira Verde decretou o reinício da prova. Tony Kanaan crecia de rendimento, e chegou a 4º posição.

Após excelente treino de classificação, a estreante Simona de Silvestro mostrou que além de uma piloto muito agressiva, sabe escolher boas estratégias, ela não entrou para os Boxes na janela de Pit's da Bandeiras amarela provocada por Milka Duno, que rodou e abandounou a prova, a piloto conseguiu liderar a prova durante uma volta após a bandeira amarela antes de ser superada por Franchitti e Ryan Hunter-Reay.

Kanaan que havia superado Tagliani teve sua corrida prejudicada, Dan Wheldon tocou de leve na traseira de Tagliani, que acabou batendo na traseira de Tony Kanaan, o Brasileiro perdeu muito tempo, chegou até a ficar uma volta atrás e teve sua corrida totalmente prejudicada.

A prova ficou mais uma vez em Bandeira Amarela, mais uma vez houve muita lentidão para que se decretasse a bandeira verde, e o resultado disso foi que pouco tempo depois da bandeira verde, a corrida foi noamente paralisada, dessa vez por culpa de forte chuva que desabou sobre o Anhembí, provocando a interrupção da prova com a bandeira vermelha.

Após 45 minutos de interrupção a prova foi retomada com Bandeira Amarela, e seria encerrada não mais nas 75 voltas combinadas, e sim no prazo limite de duas horas de prova.

Na volta, os pilotos que optaram pela troca dos pneus de chuva pelos Slicks se deram bem, foi o caso de Will Power e Ryan Hunter-Reay que levaram vantagem, Ryan Briscoe também adotou a tática, chegou a liderar mas logo ficou no muro causando nova bandeira amarela. Antes disso, na primeira relargada Hélio Castroneves decidiu manter o pneu de chuva, e a escolha se mostrou errada, o Brasileiro declarou após a corrida ter de fato escolhido a pior estratégia.

Com 7 voltas para o final da prova a bandeira verde foi agitada, e foram voltas de pura emoção, Hunter-Reay e Will Power dispararam na frente, enquaato a confusão mais atrás ficava para Raphael Matos e Vitor Meira, Vitor superou o jovem piloto e garantiu o lugar no pódio, nem por isso o resultado deixa de ser bom para Raphael, que conseguiu levar o carro da equipe Luczo Dragon de Gil de Ferran á um "inimaginável" quarto lugar, resultado espetacular.

O pódio tinha um gosto especial para Vitor Meira, que á exemplo de Massa na Fórmula 1, voltou as pistas depois de longo tempo afastado. O Brasileiro se envolveu em acidente nas 500 Milhas de INdianápolis no ano passado.

Na frente, mais emoção, Will Power mostrou seu poder e foi com tudo para ultrapassar Rayn Hunter-Reay e vencer a prova.

No pódio, houve um certo constrangimento de Will Power ao ser presenteado com o Leite "Bom Gosto", o piloto não se sentiu tão á vontade assim. Das 2 uma, ou o gosto não estava bom, ou ele não está acostumado com a embalagem Tetra-Pak.

Resultado da Prova

1 - Will Power (AUS/Penske) - 61 voltas em 2h00m58s000
2 - Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti Autosport) - a 1s858
3 - Vitor Meira (BRA/AJ Foyt) - a 9s709
4 - Raphael Matos (BRA/De Ferran-Luczo Dragon) - a 10s423
5 - Dan Wheldon (ING/Panther) - a 10s888
6 - Scott Dixon (NZL/Chip Ganassi) - a 11s347
7 - Dario Franchitti (ESC/Chip Ganassi) - a 12s057
8 - Mike Conway (ING/Dreyer & Reinbold) - a 12s165
9 - Helio Castroneves (BRA/Penske) - a 12s741
10 - Tony Kanaan (BRA/Andretti Autosport) - a 13s485
11 - Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold) - a 13s919
12 - Ernesto Viso (VEN/KV) - a 16s903
13 - Bia Figueiredo (BRA/Dreyer & Reinbold) - a 19s645
14 - Ryan Briscoe (AUS/Penske) - a 1m14s919
15 - Danica Patrick (EUA/Andretti Autosport) - a 1 volta
16 - Simona de Silvestro (SUI/HVM) - a 3 voltas

Não Completaram

Mario Romancini (BRA/Conquest) - a 15 voltas/Acidente
Alex Lloyd (ING/Dale Coyne) - a 31 voltas/Acidente
Alex Tagliani (CAN/Fazzt) - a 33 voltas/Acidente
Hideki Mutoh (JAP/Newmann-Haas-Lanigan) - a 34 voltas/Acidente
Milka Duno (VEN/Dale Coyne) - a 41 voltas/Acidente
Takuma Sato (JAP/KV) - a 61 voltas/Acidente
Marco Andretti (EUA/Andretti Autosport) - a 61 voltas/Acidente
Mário Moraes (BRA/KV) - a 61 voltas/Acidente

Opinião

Boa Figueiredo é um bom nome para ser comentado, a piloto terminou a corrida andando no mesmo nível dos demais, superou Danica Patrick e a sensação do final de semana que foi Simona de Silvestro, a piloto que tem André Ribeiro como empresário tem agora como meta conseguir um contrato para ser piloto fixo de provas, já que tem contrato apenas para as 500 Milhas além da prova no Brasil. Se Milka Duno corre, por que não uma piloto de potencial, tomara que consiga patrocínio. Nada contra Milka Duno, mas é uma piloto que não merecia estar na categoria, Danica Patrick, Sarah Fisher, Bia Figueiredo, Simona de Silvestro, estão lá por seu potencial, já a Venezuelana não se sabe por que.

Foi um pouco decepcionante a corrida do Hélio Castroneves, não foi um final de semana dos mais felizes, Tony Kanaan foi prejudicado, teria chances de lutar pela vitória se Tagliani não o tivesse atingido, e destaques positivos para Raphael Matos e Vitor Meira, que com carros que nitidamente não são os mais competitivos andaram na frente.

Sobre as condições da pista, só podem melhorar, áreas de escape e adequamento do asfalto são o ideal. O asfalto será reformado com certeza o que dará um novo nível a pista. A prefeitura cometeu um grave erro ao "remendar" o asfalto da pista, o que fez com que a pista tivesse muitas ondulações, castigando a suspensão dos carros, e facilitando a formação de poças d'agua durante a chuva. O que deveria ter sido feito era um recapeamento no trecho completo da pista, para que não houvessem tantas ondulações no asfalto.

Mas o contrato é de 5 anos, e tenho certeza absoluta de que as melhorias necessárias na pista sejam feitas. Foi uma atitude arriscada da Indy e do Grupo Bandeirantes realizar a prova num novo circuito de Rua, fora de Interlagos, mas agora que os problemas da estréia ja passaram, todos os envolvidos vão trabalhar para realizar as melhorias necessárias, e no ano que vem o evento terá com certeza ainda maior magnitude.